terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Alguns exemplos.


Em minhas postagens abaixo relatei como foram as minhas experiencias de estagio em 2011 e citei algumas atividades que introduzi em minhas aulas. Nesta postagem demostrarei em alguns videos da internet algumas atividades que podem ser introduzidas ao meu estudo e que são interessantes para aplicar em determinadas situações em sala de aula.
Bobinho: auxilia no domínio de bola, no passe e no drible.






Futebol em Dupla: Muito parecido com o futebol normal, só que um jogador tem que suprir as dificuldades  do outro, geralmente praticado com mistura de gêneros.










Atividade que auxilia a agilidade, o domínio de bola, o quique, o drible com bola e de corpo e a lateralidade.











Jogo dos 10 passes: consiste em um time tentando pegar a bola do outro enquanto troca passes com a bola, se o time com bola conseguir completar dez passes vence. Auxilia no passe, na recepção de passe e no raciocínio logico e rápido.

As fases do estagio.

As primeiras aulas que tivemos foram para explicar o que seria realizado em meu estágio e como isso seria introduzido nas aulas de Educação Física que eles já estavam acostumados a participar. Quando demonstramos aos alunos como seriam ministradas nossas aulas, eles se empolgaram e se encheram de idéias, o que também nos deu força para continuar confiantes no que estávamos propondo a esses alunos e juntos começamos a construir como nossas atividades  seriam introduzidas da melhor maneira para agradá-los, tentado fazer com que a aula fosse mais proveitosa sem perder o foco nos fundamentos que circundam o  basquete e o futsal e como eles poderiam ser passados de uma maneira menos estafante para todos.

Durante o estágio tivemos vários momentos satisfatórios. Para mim o ponto alto foi poder presenciar que os fundamentos que estávamos  tentando aperfeiçoar em forma de atividades  adaptadas  foi aproveitado em alguns momentos na vida dos alunos, ( momentos relatados a mim e ao professor pelos próprios alunos ) como nos jogos escolares que estavam acontecendo no município de Aracruz. Foi muito prazeroso para mim poder ouvir o aluno dizer “ fiz aquele movimento no jogo ontem, professor ” ou então “ o  treinador de basquete me colocou no time titular depois de mostrar pra ele no treino aquele toque que você ensinou pra nós”. Realmente é uma sensação inenarrável. Mas nem tudo são flores, limites sempre são impostos a nós, seja devido ao tempo ou a alguns critérios que temos de seguir perante as regras da escola ou do município e é claro que não poderíamos fugir do currículo. Com isso, alguns alunos simplesmente organizaram as tarefas e participaram das aulas para adquirirem a nota que o professor havia proposto para quem participasse integralmente das atividades relacionadas ao estágio, assim, alguns alunos que tinham potencial esportivo não aproveitaram as aulas como deveriam. No estágio que virá no próximo ano, pretendemos organizar um método que abranja todos os alunos da mesma maneira, para que assim nenhum deles acompanhe o estágio simplesmente por obrigação, mas por vontade, concretizando o aprendizado de uma maneira mais fácil e mais eficaz para o aluno.

O surgimento de uma ideia.

Eu e o professor que acompanhei no estágio conversamos muito antes de começar a introduzir o conteúdo que propus em suas aulas de Educação Física, ficamos um pouco preocupados com a maneira que essas aulas seriam ministradas. Devido ao fato de nos embasarmos numa proposta de aulas abertas, que consiste em compreender o que cada um que participará da aula quer e, entrando em um consenso, organizar como serão introduzidas essas aulas dentro de um plano de ensino que já foi construído desde o começo do ano.
Ficamos receosos em aplicar esse conteúdo para alunos que estão acostumados a praticar o tradicional “quarteto fantástico” , mesmo sabendo que não mudaríamos os conteúdos e sim a maneira de aplicá-los para os  alunos em questão. Ficamos apreensivos com a maneira que os alunos receberiam a noticia de que criaríamos juntos as atividades que aplicaríamos ao longo do estágio. No começo pensamos que não iria dar certo e pensamos até em mudar de postura adotando uma maneira menos democrática de estabelecer quais seriam nossas atividades, mas assim que começamos a criar com os alunos as atividades e começamos a realizá-las, tudo se mostrou em  seu devido lugar e as coisas começaram a se encaixar, deixando claro para nós que realmente era essa a prática que teríamos que trabalhar com os alunos que estávamos acompanhando, tendo em vista o que relata Sávio Assis em um de seus livros. Concordo plenamente com ele que é possível alargar muito o conhecimento humano, quando, se ao invés de apenas repassarmos o conhecimento, dermos aos alunos a capacidade de descobrir por eles mesmos. Criar atividades com eles, com certeza,  foi um descoberta não só pra os alunos mas para mim e para o professor deles também  .

[...] Tornar conhecida qualquer coisa previamente desconhecida para os seres humanos. É alargar o conhecimento humano, torná-lo mais seguro ou mais ajustado e, de certo modo, em termos mais técnicos, alargar o fundo dos símbolos humanos a áreas do conhecimento ainda não abrangidas por ele. Como disse, a finalidade é a descoberta.
                                                                                                                    Referência Bibliográfica
ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da pratica pedagógica. 
2° edição. Campinas, SP:  Editora Autores Associados, 2005.

A base de tudo.

Em meu segundo módulo de estágio, em 2010 , trouxe a proposta de modificar um pouco alguns aspectos das aulas de Educação Física. Como os alunos já estavam  saturados com as aulas que só se repetiam, tentei mostrar a eles que era possível continuar com as aulas saindo um pouco do convencional, mas devido ao receio que os alunos têm de conhecer o novo, eles ficaram com uma certa ressalva quanto ao conteúdo que tentei implantar. Como vi que meu estágio não tinha suprido todas as minhas expectativas e nem cumprido com todos os objetivos propostos, nesse terceiro módulo de estágio do ano de 2011 e na mesma escola que havia estagiado antes, modifiquei um pouco a minha proposta. Ao invés de modificar as atividades que os alunos estão acostumados a ter, propus que continuássemos os mesmos conteúdos esportivos ( que são basquete, futsal, handebol e vôlei) adaptando-os para melhor servir aos próprios alunos nas aulas. Eu e os alunos escolhemos os dois esportes coletivos que eles mais praticam e criamos várias atividades adaptadas relacionadas a esses esportes. Eu e o professor que acompanhei durante o estágio, procuramos inovar os conteúdos adaptando-os, mas não fugindo do conceito esportivo. Criamos maneiras alternativas de se realizar os mesmos fundamentos do esporte, utilizando atividades diversificadas ao invés de só ficarmos  embasados nas práticas desportivas comuns. Utilizando fundamentos do basquete e do futsal, criamos atividades para auxiliar os alunos no momento que forem praticar os mesmos, por exemplo,  o “basquete sabão”, que além de ser uma atividade gostosa de ser praticada ainda trabalha muito bem os fundamentos básicos do basquete ou então o próprio “bobinho” uma atividade tão antiga e que auxilia muito bem praticamente todos os movimentos do futsal. Por isso, aponto como experiência proveniente de estágio a inovação que implantamos no contexto esportivo com a criação de atividades que mesmo fugindo um pouco do tradicional, conseguem suprir todos os objetivos propostos por mim no inicio deste estagio, que são: absorção de conhecimentos específicos sobre basquete e futsal através da relação esporte-lúdico e tentar tornar a aula mais atraente e chamativa para o aluno fazendo com que ele se interesse mais pela matéria. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Por que do blog????



Este blog nos foi proposto pela professora Juliana Azevedo de Almeida, e tem a finalidade de abranger os conteúdos que introduzi em meu estagio. Meu estagio foi desenvolvido na "emef Ezequiel Fraga Rocha" localizada na cidade de Aracruz, Espírito Santo. Minha proposta de estagio foi apresentar aos alunos os benefícios que os esportes podem trazer para a vida de praticantes assíduos, demonstrei as praticas esportivas que iria trabalhar com eles ( basquete e futsal ) e que foi escolhida pela aproximação da escola com os esportes citados. Muitos alunos deixam de praticar os esportes pois acham difícil de se adaptar ao que o esporte exige para pratica, outros acham pouco atrativos e desistem pois não se familiarizam com o mesmo. É por esse motivo que resolvi trabalhar com os alunos as adaptações que podem existir em âmbito esportivo para aproximar esses alunos ao meio, baseado nas concepções de aulas abertas e sempre debatendo com os alunos construímos um projeto de estagio, onde adaptamos esportes para que virassem atividades mais simples e enfatizando os mesmos quesitos abordados esportivamente falando. Ou seja, em meio muita conversa e explicações criamos varias atividades que os alunos podem se basear para melhorar os fundamentos esportivos básicos, podendo criar uma melhor relação com os esportes e com as aulas de educação física. Aproximando os alunos ao meio esportivo e dando a eles o respaldo necessário para poder adaptar sua próprias atividades, creio eu que eles se interessaram cada vez mais pela relação esporte-saúde, o que a longo prazo acarretará uma melhoria significativa na vida dessa pessoa que continua praticando esporte regularmente. Por ter abordado o tema de adaptar o esporte criei o blog, para que quem o leia alem de ter uma ideia sobre o que realizei em meu estágio, tenha uma visão mais ampla do que é o esporte adaptado, tanto para pessoas com deficiência como para quem tem a condição física perfeita e quer se aproximar do esporte, e os benefícios que essas práticas podem trazer para sua vida em aspectos físicos, mentais e sociais.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Videos de surf adaptado

Adaptsurf, projeto de surf adaptado do Rio de Janeiro

 Amp Surf,  associação criada por um veterano de guerra para surfistas amputados

Trailer do documentário Aloha que fala sobre surf adaptado

Surf adaptado

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 610 milhões de pessoas têm deficiência no mundo, das quais 386 milhões fazem parte da população economicamente ativa. Avalia-se que 80% do total vive nos países em desenvolvimento. No Brasil, segundo Censo realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5% da população apresenta alguma deficiência física, mental ou dificuldade visual, de audição ou locomoção.

Dentro dos esportes adaptados, o surf é uma modalidade nova, em ascensão, que trás inúmeros benefícios aos praticantes. Pode ser considerado como uma alternativa lúdica, contribuindo bastante para o processo de aprendizagem. O surf adaptado, assim como o esporte adaptado de uma maneira geral, contribui para a pessoa com deficiência em muitos aspectos dos quais podemos destacar os seguintes:
  • Melhoria e desenvolvimento de auto-estima e auto-imagem;
  • Estímulo à independência e autonomia;
  • Interação e socialização com outros grupos;
  • Contatos com outras pessoas, deficientes ou não;
  • Experiência intensiva com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
  • Vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
  • Utilização do potencial sensorial e psicomotor;
  • Melhoria das condições funcionais do organismo (aparelhos: circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);
  • Melhoria na força e resistência muscular global;
  • Aprimoramento da coordenação motora e ritmo;
  • Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
  • Possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
  • Prevenção de deficiências secundárias;
  • Promover e encorajar o movimento;
  • Motivação para outros tipos de atividades;
  • Manutenção e promoção da saúde e condição física;
  • Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais;
  • Melhoria da qualidade de vida.
Quando falamos em qualidade de vida, não podemos deixar de falar em lazer e esporte, sendo assim, não podemos deixar de mencionar o surf, que, além de um esporte completo, é um estilo de vida que proporciona ao praticante uma vida em harmonia, homem e natureza, interagindo de maneira consciente e prazerosa.


O contato com a praia, com o mar e com outras pessoas torna o surf, além de um fator determinante para a qualidade de vida, um importante instrumento na inclusão social, permitindo que a sociedade reveja conceitos e perceba a pessoa com deficiência com naturalidade, sem estigmatizá-la.

Histórico do esporte adaptado

O esporte para portadores de deficiência física iniciou na Inglaterra e nos EUA com a reabilitação de veteranos da II Guerra Mundial. Em 1944, Sir Ludwig Guttmann, neurologista e neurocirurgião alemão, foi convidado pelo governo britânico a dirigir um centro de lesão medular, no Hospital de Stoke Mandeville. Ele introduziu algumas modalidades esportivas, inicialmente com arco e flecha e o pólo em cadeira de rodas e, posteriormente, o tênis de mesa, a sinuca, a natação e o basquete em cadeira de rodas. A primeira competição realizada foi com basquete em cadeia de rodas e a partir daí, o centro foi palco de competições nacionais e internacionais.

Em 1952, os jogos de Stoke Mandeville tornaram-se internacionais com a entrada de um grupo da Holanda nas competições. Passaram então a se chamar Jogos Internacionais de Stoke Mandeville (ISMG) e foi formada a Federação Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville. Em 1957, Benjamim H. Liptom introduziu outras modalidades esportivas sobre cadeira de rodas nos EUA, que até então era somente voltada ao basquete. No ano seguinte, surgiram oportunidades para outros esportes nos campeonatos americanos, como atletismo, natação, tênis de mesa e arco e flecha, devido à formação da Associação do Atletismo em Cadeira de Rodas (NWAA)

Em 1960, houve uma integração da NWAA com o corpo internacional do movimento, que passou a se chamar Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville (ISMGC) . Neste mesmo ano, ocorreu a primeira paraolimpíada, em Roma, com a participação de 400 atletas representando 23 países. Em 1964, foi fundada a Organização Internacional de Esportes para o Deficiente, que englobava os amputados, os portadores de deficiência visual, os portadores de Paralisia Cerebral e os portadores de afecções medulares .
O esporte adaptado no Brasil iniciou-se na década de 50, quando os senhores, Robson Sampaio de Almeida, do Rio de Janeiro, e Sérgio Serafim Del Grande, de São Paulo, ficaram deficientes físicos e procuraram serviços de reabilitação nos EUA. Eles fundaram os dois primeiros clubes, o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, e o Clube dos Paraplégicos, em São Paulo. 

Basquete em cadeira de rodas



O Basquetebol em Cadeira de Rodas surgiu como prática após a 2ª Guerra Mundial, quando as autoridades deviam uma reposta para a sociedade, pelos esforços e incapacidades que sofreram seus soldados. Nas duas últimas décadas, houve um crescimento impressionante destes atletas, chamando a atenção de pesquisadores para esta área do esporte.

O Basquetebol em Cadeira de Rodas tem experimentado uma metamorfose nos últimos quarenta anos. Isto tem sido demonstrado com relação à sofisticação tecnológica e um aumento da aceitação popular em considerá-lo um esporte que gera esforço atlético e não como uma atividade reabilitadora. Com isto, benefícios e melhorias na qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência física quando submetidas a treinamento físico regular foram comprovados que auxiliam na melhora da condição cardiovascular, da flexibilidade e em fatores psicossociais de cada um.
Por outro lado, ainda existem indivíduos que não têm consciência dos inúmeros benefícios que a atividade física ou esportiva pode oferecer qualitativamente às suas vidas. Essas atividades são pouco divulgadas e muitos dos portadores de deficiência física não acreditam que sejam capazes de executá-las.



O Basquetebol em Cadeira de Rodas é praticado por indivíduos portadores de lesões medulares, amputações, seqüelas de poliomielite e outras disfunções que o impeçam de correr, saltar e pular como um indivíduo sem lesões. As regras são as mesmas do Basquetebol. A única diferença é um sistema de classificação funcional que foi criado para oportunizar a participação de indivíduos com diferentes seqüelas.
A prática de esportes para os deficientes físicos representa a aplicação de filosofia e de princípios de reabilitação no mais alto nível. Cada dia, um número maior de pessoas com algum tipo de incapacidade física está envolvida em atividades físicas e esportes devido aos benefícios que eles trazem para a reabilitação e para o bem - estar . A exclusão desses indivíduos da prática de atividade física ou do esporte pode levar a diminuição da aptidão física, da eficiência dos movimentos ou mesmo do desenvolvimento de habilidades motoras .